sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O poder de uma velha

50 anos... Madonna provavelmente já passou da metade de sua vida. Mas pra falar a verdade, se der mole essa mulher ainda vai estar loira e boazuda com 110 anos e abrindo as pernas como uma menina de 17. Talvez meus netos ouçam Madonna como se ela fosse contemporânea deles.

Eu fui ao segundo show que a Madonna fez no Rio nessa turnê Sticky and Sweet, dia 15 de dezembro. Fiquei mega muito longe pá cacete, mas pelo menos não fiquei amassado no meio de um monte de homens de sexualidade discutível. Fui com a minha caloura, Stephanie, que tinha acabado de ser reprovada na prova prática da auto-escola e estava bastante chateada.

Meu dia começou com uma ótima refeição no Bandejão Central da UFRJ. Sim, no dia 15 de dezembro ele foi inaugurado e eu não podia perder isso por nada! Só pra galera da Praia Vermelha ficar sabendo, o bandejão é maravilhoso. Bonito, amplo, com ar-condicionado e a gente não come literalmente na bandeja, como na UFF ou numa cadeia, a gente come num prato de verdade e tem até sobremesa. Na inauguração o “cardápio” foi arroz, feijão, bife à milanesa, repolho e beterraba. Na hora de passar pelo repolho a mulher que estava servindo ficou triste e disse: “Poxa, repolho ninguém quer”. Por que será? De sobremesa tinha uma tangerina e dois Bis brancos. Saí do bandejão satisfeito e realizado. Eu mal acreditava que finalmente o Bandejão Central estava inaugurado. O problema é que ele ainda não tem cozinha, então a UFRJ contrata uma empresa para fazer a comida e transportar até o Fundão, mas a cozinha deve ficar pronta até o ano que vem. Vamos ver, né? A UFRJ é mestre em dar prazos e não cumprir.
(É lindo o nosso bandejão)

Quando saí do bandejão fui pro estágio, embora estivesse de férias, e lá a estagiária que estava trabalhando me contou que o bandejão da UFF era um nojo e nós fomos buscar uns vídeos dele. Sintam o naipe do lugar.



Saindo do estágio, fui pra estação do metrô de Del Castilho, onde eu encontraria a Stephanie para irmos ao show. Marcamos às 16h e ela atrasou 40 minutos. Chegamos ao Maracanã e pegamos uma fila relativamente pequena. Logo abriram os portões, nós entramos e não tivemos nenhum inconveniente. Na verdade tivemos dois inconvenientes: a Ruffles a 7 reais e o ice a 10 reais, o que nos impediu de ficarmos bêbados.

A Madonna atrasou 1h40 e deixou a galera impaciente. O estádio vaiou, xingou de piranha em coro e cantou o clássico “Ei, Madonna! Vai tomar no c*” (isso é um blog de família, não tem palavrões). Xingar a Madonna foi uma realização pessoal. Saí do Maraca com a alma lavada.

Não vimos praticamente nada, o que me levou a tomar a decisão de comprar o DVD da turnê pra e saber exatamente como foi o show. Quando sair eu compro. O interessante é que tinham várias coisas que surgiam e desapareciam do nada. Tinham duas telas semicirculares que toda hora apareciam e sumiam sem explicação. Pessoas também. Num momento tinham 5 Madonnas na extensão do palco e no outro só tinha a Madonna original.
(Está vendo a Madonna? Nem eu)

Fora esses detalhes o show foi excelente, mas talvez fosse melhor ter pago um pouco mais caro pra ficar mais perto. O desagradável mesmo foi ter descoberto dias depois que os cambistas estavam vendendo ingressos verdadeiros a 30 reais pra área VIP na porta do Maracanã porque estavam levando prejuízo, sendo que o ingresso na bilheteria era 1200 reais.

Isso devia ter acontecido com esses cornos na final da Libertadores. Odeio cambistas!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A chegada das férias

Depois de uma semana paradona, sem muita movimentação na ECO, o clima geral já é de férias. Um Lacombe aqui, uma Suzy ali e todo mundo quer receber a alforria (leia-se nota acima de 5) de final de período.

Como nada de muito interessante aconteceu na ECO e eu fiquei a semana passada inteira sem postar, vou contar uma experiência que eu passei no meu estágio. Primeiro eu já deixo claro que meu estágio é o melhor do mundo. E essa história aí que dizem que eu não trabalho é tudo intriga da oposição. Eu trabalho sim, mas como eu amo o meu trabalho, ele vira muito mais uma diversão do que um trabalho mesmo.

Semana passada, na quinta-feira, eu tive que ir ao Consuni (Conselho Universitário, a instância máxima de decisão da universidade) acompanhar a apresentação dos slides dos projetos previstos para a Ilha do Fundão de acordo com o Plano Diretor, que já é mais real do que muita gente imagina na Praia Vermelha. Acho que o auge da apresentação foi quando a Carol, que, como representante do DCE, possui voz e voto no Conselho, disse pro arquiteto que ele estava projetando a Ilha da Fantasia. Em off pra mim ela ainda acrescentou que os slides da apresentação pareciam mais uma novela do Manoel Carlos.

As obras todas devem começar já no ano que vem, mas nós sabemos muito bem que a UFRJ é mestre em postergar prazos. Vide CPM I e II. Quem quiser conhecer o Plano Diretor da universidade em imagens, pode baixar os slides, que estão em formato PDF nesse link:

http://www.poli.ufrj.br/arquivos/planoufrj2020.pdf

Infelizmente não tem os vídeos, mas se o pessoal de TI da Poli disponibilizar, eu ponho o link aqui também.

Mas depois ainda teve mais. O Consuni me tomou muitas horas, então, quando eu voltei pra redação do site, já tinha passado da hora de pegar o ônibus da UFRJ que leva pra Praia Vermelha. Além disso, um professor me ligou dizendo que o trem de levitação magnética que eles desenvolvem estava ligado e sendo apresentado. Mal conseguia acreditar que eu finalmente ia ver aquele troço funcionando. A estagiária da tarde, Vivian, chegou na hora que eu estava saindo pra ver o trem e eu a chamei pra ir junto.

Chegando lá, o Laboratório de Supercondutores estava cheio de engravatados. Estranhamos, pois professores não andam assim. Os caras eram na verdade executivos da Vale que estavam lá pra conhecer a tecnologia e, quem sabe, investir no desenvolvimento dela. É por isso que a Escola Politécnica tem dinheiro e a Escola de Comunicação não. Lembrando que já foi decidido em assembléia geral da ECO que os estudantes NÃO queriam que a Globo financiasse algumas coisas da Escola, como as CPM I, II e III.

Um dos professores que trabalha no projeto nos levou até o circuito para mostrar o trem funcionando. Incrivelmente, ele não precisa estar nem ligado pra flutuar. Um campo magnético formado entre o ímã (o próprio trilho) e o supercondutor (no trem) só precisa de resfriamento a uma temperatura absurda pra funcionar, o que é feito com nitrogênio líquido.

Legal também foi quando os professores fizeram um experimento mostrando o princípio do funcionamento para os executivos da Vale. Eles colocaram um ímã pra girar em cima de um supercondutor resfriado a -190ºC com nitrogênio líquido. Eles jogavam o nitrogênio e ele ia fervendo bem à nossa frente, fervendo igual água na panela mesmo, com bolhas e tudo. Mas a -190ºC. Um dos engravatados lá chegou a colocar um cartão da Vale entre o ímã e o supercondutor pra comprovar que não tinha nada mesmo.

Vejam o vídeo do trem.



Na curva o trem balança porque o trilho foi feito pra ele balançar mesmo. Os cientistas queriam estudar o comportamento dele em situações de trilho danificado e/ou irregular.

Agora um vído do experimento com o ímã e o supercondutor.



Os flashes ficam por conta dos executivos da Vale, impressionados com a tecnologia.

Mas isso vai além dos laboratórios da universidade. A UFRJ já projetou uma ligação entre Galeão e o Santos Dumont passando pelo Fundão. Os custos da construção e da manutenção desse trem são menores que os do trem comum, que são menores do que os do metrô, ou seja, nada impede a implementação real desse modelo na cidade do Rio e em muitas outras metrópoles do mundo.

Isso é UFRJ. Isso é o que uma unidade bem financiada pode fazer. Quando será que o governo vai parar de roubar pra investir seriamente onde tem que investir?