Ingredientes:
- Junte um monte de alunos bem-intencionados numa bacia.
- Acrescente pimenta do reino comunista.
Modo de preparo:
- Faça com que todo mundo escreva além da conta.
- Arrume um estágio pela manhã.
- More a 50km da faculdade.
- Entre na internet usando somente a conexão discada.
Essa é a receita infalível para se atingir a loucura durante o processo de criação de um jornal.
Passei as últimas duas semanas de agosto me dedicando quase que exclusivamente ao jornal O Ventilador, o jornal da ECO, pra quem ainda não sabe, que terá sua primeira edição no mês de setembro.
Eu ficava até tarde da noite conversando no MSN com o Arthur (o Jacob) discutindo coisas do jornal, trocando arquivos, corrigindo textos, fazendo sugestões, etc. E como eu tinha que acordar às 6h da manhã pra estar no estágio lá no Fundão e cumpria com esse compromisso, acabava me sobrando pouco tempo pra dormir. Resultado: eu dormia na aula mesmo, afinal, elas nem são tão úteis assim (alunos do Coutinho que o digam). E assim fui levando uma semana inteira na vagabundagem e me importando só com esse jornal. Era pra ter saído ainda em agosto, mas atraso vai, atraso vem, acabou ficando é pra setembro. Os principais problemas enfrentados:
Pimenta reacionária
Foi o primeiro e mais previsível dos problemas. A pimenta não reagiu muito bem com um dos ingredientes e acabou alterando um pouco o sabor final da receita. Perdemos um pouco do doce e quase demos lugar ao ácido, mas uma pitada de açúcar refinado resolveu o problema e o sabor doce prevaleceu. Que bom, afinal, ninguém ia querer uma receita estragada pelo ácido. Quem quer ácido chupa limão!
Fôrma errada
Precisávamos de uma fôrma onde coubessem as oito unidades que serviriam toda a ECO, mas um mal-entendido acabou resultando numa que só tinha metade da capacidade. Ligamos então pra outra confeitaria, que tinha a fôrma do tamanho que precisávamos e por um preço menor. Nem tivemos dúvidas, fechamos com eles.
Ferramentas inadequadas
Já estava tudo pronto. Toda a receita já na bacia, era só mandar pra confeitaria. Mas eis que eles não aceitavam receitas preparadas em recipiente Microsoft Publisher, somente em bacia Corel Draw, PageMaker, dentre outras mais adequadas ao trabalho. Resultado: tivemos que jogar fora toda a massa pra refazer em recipiente Corel Draw. Quem foi o corno que ficou incumbido dessa missão? Este que vos escreve, já que Arthur (o Jacob), o chef, não possuía recipientes adequados. Levei cerca de 7 horas para refazer tudo, afinal, é uma receita complexa. Ao final, a bacia Corel recusou e estragou duas das fases da receita, me obrigando a refazê-las no dia seguinte (já que já eram 4h da manhã e eu tinha que acordar às 6h).
No final das contas, quando só faltava mandar a massa pro forno, Amanda pediu para ver o estado geral da coisa e constatou: havia erros que deveriam ser corrigidos antes que a receita tomasse forma e fosse degustada em público. Corre pra lá, corre pra cá e 3 tentativas de correção falharam. A primeira por causa de uma ferramenta vinda diretamente do inferno chamada Mac. A segunda porque a confeitaria não aceitava recipientes jpg. E a terceira porque a ECO não nos permitiu introduzir em suas dependências um tempero fundamental chamado “fonte”. E nós não queríamos nossa obra sendo vista por aí com as fontes erradas.
Então mais uma vez adiamos nossa programação. Esperamos poder mostrar em público nosso esforço o mais breve possível.
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Atenção, quando lerem o jornal, lembrem-se dos sacrifícios que fizemos pra que ele se tornasse realidade. Eu fui dormir 4h tendo que acordar 6h, pô! Eu não fazia isso nem quando tinha que entregar trabalhos com prazos impossíveis na FAU. Mas então é isso. Trabalhamos duro por ele e esperamos que vocês gostem.